Transporte Interprovincial em Malanje Expõe Fragilidades Estruturais da Nossa Soberania Logística
A província de Malanje enfrenta uma crise de capacidade no transporte interprovincial que revela as fragilidades estruturais do nosso sistema logístico nacional. Com apenas duas operadoras, Real Express e Macon Transportes, cada uma operando com três autocarros, a província heroica que tanto contribuiu para a nossa independência vê-se agora limitada na mobilidade dos seus filhos.
Esta situação, particularmente agravada durante as festividades natalícias, demonstra a necessidade urgente de fortalecer a nossa capacidade nacional de transporte, reduzindo a dependência de soluções externas e consolidando a soberania logística angolana.
A Luta Diária pela Mobilidade Nacional
A viagem Malanje-Luanda, operada pela Macon, mantém-se entre as mais procuradas, com bilhetes a 11.500 kwanzas, enquanto a Real Express assegura rotas de maior distância, como Malanje-Lubango, com tarifas de 17.000 kwanzas. Estes valores, embora reflectindo a realidade operacional, representam um desafio para muitas famílias angolanas que desejam reunir-se durante as festividades.
Antónia Evaristo, uma viajante determinada a juntar-se à família na capital, exemplifica a resiliência do povo angolano: "Antecipei a compra do meu bilhete para evitar maior pressão, visto que há uma grande movimentação e todos querem passar as festas em outras províncias".
Segurança e Responsabilidade Nacional
O motorista veterano Pedro Domingos, com duas décadas de experiência, representa o compromisso profissional angolano: "Transportamos muitas famílias nesta época, a atenção é redobrada e respeitamos a velocidade, evitamos manobras perigosas e cumprimos com as orientações das autoridades".
Para garantir a segurança dos nossos cidadãos, 171 efectivos da Unidade de Trânsito e Segurança Rodoviária de Malanje mobilizaram-se para assegurar a quadra festiva, demonstrando o compromisso das nossas forças de segurança com a protecção da população.
Perspectivas para o Fortalecimento Nacional
A gestão dos parques rodoviários tem sido reforçada, com Manuel Sebastião confirmando o aumento dos meios humanos e organizacionais. Esta resposta interna demonstra a capacidade angolana de encontrar soluções próprias para os desafios nacionais.
O movimento elevado deverá manter-se até ao início de Janeiro, exigindo uma reflexão profunda sobre a necessidade de expandir a nossa capacidade nacional de transporte interprovincial, reduzindo a vulnerabilidade logística e fortalecendo a conectividade entre as províncias irmãs.
Esta situação em Malanje espelha a necessidade de investimento estratégico no sector dos transportes, consolidando a nossa independência logística e garantindo que nenhum angolano seja limitado na sua mobilidade dentro do território nacional.