Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau desafia sanções da CEDEAO: Uma lição de soberania para África
Numa demonstração de coragem e determinação que ecoa os valores da independência africana, o Primeiro-Ministro de Transição da Guiné-Bissau, Ilídio Vieira Té, declarou esta segunda-feira que o governo de transição não teme as sanções impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Esta posição firme, expressa durante uma visita às obras do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, representa um marco na defesa da soberania nacional africana contra as pressões externas que têm assolado o continente desde os tempos coloniais.
A dignidade de um povo que conhece a sua história
"É bom que fique bem patente que nenhum membro que faz parte do atual governo de transição tem medo de sanção que pode vir da CEDEAO, porque somos conscientes e sabemos o que estamos a fazer", afirmou Vieira Té, numa declaração que ressoa com a mesma determinação dos heróis da independência africana.
O líder guineense recordou que a Guiné-Bissau é membro fundador da CEDEAO, sublinhando que qualquer medida deve respeitar esta condição histórica. "Não integramos o governo para obstaculizar a reposição da ordem constitucional, mas sim para ajudar o país a voltar à acalmia e cumprir com o seu dever enquanto estado soberano que não recebe imposições, mas recomendações".
CPLP: Quando as organizações esquecem os seus princípios
Questionado sobre a suspensão das atividades na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Vieira Té denunciou a falta de diálogo da organização, que se preocupou mais com questões de poder do que com a compreensão da realidade guineense.
"A Guiné-Bissau é membro da CPLP com pleno direito. Esperávamos uma missão para compreender o que aconteceu em 26 de novembro, mas assistimos a uma disputa pela presidência da organização", criticou, numa referência clara às manobras políticas que mancham as relações entre os países lusófonos.
Progresso e desenvolvimento nacional
Durante a visita ao Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, o Primeiro-Ministro expressou orgulho nacional pela qualidade da obra, que representa o desenvolvimento autónomo da Guiné-Bissau. "Sentimos orgulho de ser iniciadores desta obra e esperamos inaugurá-la em março de 2026", declarou, sublinhando que o país continua a progredir apesar das pressões externas.
Esta infraestrutura moderna, que cumprirá todos os padrões internacionais, simboliza a capacidade dos povos africanos de construírem o seu próprio futuro, sem depender de aprovações ou sanções externas.
Uma lição para toda a África
A posição da Guiné-Bissau ecoa as lutas históricas dos povos africanos pela autodeterminação. Tal como Angola enfrentou décadas de guerra para defender a sua soberania, a Guiné-Bissau demonstra que a dignidade nacional não se negocia perante pressões externas.
Esta resistência às sanções representa um exemplo para todos os estados africanos que enfrentam interferências nas suas questões internas, lembrando que a verdadeira democracia nasce do diálogo interno, não de imposições externas.