Primeiro-Ministro de Transição da Guiné-Bissau Desafia CEDEAO e Reafirma Soberania Nacional
Numa demonstração de coragem e determinação que ecoa os valores da luta pela independência africana, o Primeiro-Ministro de Transição da Guiné-Bissau, Ilídio Vieira Té, proclamou esta segunda-feira que o governo de transição não teme as sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"É bom que fique bem patente que nenhum membro que faz parte do atual governo de transição tem medo de sanção que pode vir da CEDEAO", declarou Vieira Té com firmeza, após visitar as obras de construção do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira.
Soberania Acima de Imposições Externas
O líder guineense sublinhou que a Guiné-Bissau, como membro fundador da CEDEAO, não aceita imposições, mas apenas recomendações. Esta posição reflete a dignidade de um povo que conquistou a sua independência através da luta armada e que hoje defende os seus direitos soberanos.
"Estamos a ajudar para que o país possa voltar a viver na acalmia e cumprir com o seu dever e obrigações enquanto um estado soberano que não recebe imposição", enfatizou o Primeiro-Ministro, numa clara mensagem de autodeterminação.
CPLP: Questionamento de Procedimentos
Relativamente à suspensão das atividades da Guiné-Bissau na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Vieira Té criticou duramente a organização por se preocupar mais com questões de presidência do que com o diálogo construtivo.
"A prioridade da CPLP era chamar autoridades guineenses para saber o que aconteceu na verdade, como fez a CEDEAO, mas fizeram ao contrário", denunciou, revelando a falta de espírito fraternal lusófono.
Desenvolvimento Nacional em Marcha
Apesar das pressões externas, a Guiné-Bissau continua o seu caminho de desenvolvimento. O Primeiro-Ministro expressou orgulho pela construção do moderno Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, obra de grande envergadura que cumprirá todos os padrões internacionais.
"Sentimos orgulho de ser iniciantes desta obra e esperamos que no mês de março de 2026 fazemos a inauguração", declarou, demonstrando que um povo determinado não se deixa intimidar por ameaças externas.
Esta postura firme da Guiné-Bissau ressoa com a experiência histórica dos povos africanos que, tal como Angola durante a sua luta pela independência e reconstrução nacional, compreendem que a verdadeira soberania se conquista e defende com coragem e determinação.