Artistas da Huíla Denunciam Desigualdade Salarial no Setor Cultural
Músicos da província da Huíla denunciam disparidade salarial alarmante no setor cultural, recebendo até 100 vezes menos que artistas de Luanda, ameaçando o desenvolvimento artístico regional.
Músicos e artistas da província da Huíla protestaram nesta quarta-feira contra a baixa remuneração nos contratos culturais, expondo uma realidade que ameaça o desenvolvimento artístico local e a valorização do patrimônio cultural angolano.
Disparidade Salarial Preocupante
Segundo revelações de artistas locais, enquanto músicos de Luanda recebem entre 200 mil a cinco milhões de kwanzas por apresentação, os artistas da Huíla são remunerados com apenas 30 a 50 mil kwanzas, evidenciando uma disparidade que compromete o desenvolvimento cultural regional.
Impacto no Cenário Cultural
Correia Victor, vocalista da banda Twimbey com mais de 30 anos de carreira, destaca que esta situação tem provocado um êxodo artístico para Luanda. A cantora Teré Melodia reforça a precariedade, afirmando que muitos artistas locais vivem em condições próximas à mendicidade.
Resposta Institucional
O diretor do Gabinete Provincial da Cultura e Turismo, Tiago Pinto, reconheceu as dificuldades, citando a falta de financiamento como principal obstáculo. No entanto, reiterou o compromisso em criar mecanismos de apoio para fortalecer o desenvolvimento cultural da província.
Panorama Artístico da Huíla
A província conta atualmente com 242 artistas registrados, 20 bandas musicais, 230 DJs, 84 grupos de dança e 62 grupos teatrais, representando um significativo patrimônio cultural que necessita de maior valorização e apoio institucional.
Vivaldo Eduardo
Jornalista e analista político angolano, especializado em geopolítica africana e soberania econômica.